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O herdeiro
Com o novo F-Type, a Jaguar tem motivos suficientes para celebrar a sucessão do icónico E-Type dos anos sessenta. Num tiro certeiro, a marca inglesa lança três versões deste elegante descapotável de dois lugares com motores V6 e V8 equipados com compressores. Na versão de entrada, dispomos de 355 cv, na intermédia, V6 S, de 375 cv e, no V8 S, temos 488 cv com uns 50 quilos suplementares de peso.
Há quem sustente que o desenho deste novo “brinquedo” podia ser mais radical. A verdade é que, as formas simples e sequenciais do carro não deixam de provocar efusivas reacções de apreço dos transeuntes, conforme tive oportunidade de verificar nos dois dias em que circulei com o V6S e o V8S nas estradas em torno da cidade de Pamplona.
Tanto com um como com o outro, foi possível apreciar os vários factores que fazem do novo F-Type um carro muito interessante do ponto de vista do condutor. Desde já, a disponibilidade do motor desde as 2.500 rpm. Mas tem de se realçar o casamento perfeito da unidade motriz com a excelente caixa de velocidades automática de 8 velocidades comandadas pelas duas patilhas sob o volante. O escalonamento, com pequenas quebras de 800 a 1.000 rpm entre cada mudança permite que o motor esteja sempre “cheio” e vigoroso, com a quase imperceptível presença do compressor. A aceleração é viva, Finalmente, o som dos escapes. Qualquer coisa de muito bem trabalhado, graças a determinadas válvulas que facultam, mais que um ronronar, um sublime berro de presença em aceleração. Embriagante.
Nas enroladas estradas de montanha por andei circulei, percebi a agilidade agradável do chassis, facultada pelos amortecedores adaptativos e pela direcção bastante exacta. Claro que usei o modo Dinamic que trata de “afinar” os comportamentos dos vários órgãos do carro para uma condução mais desportiva.
E, já que estamos neste capítulo mais desportivo, uma palavra para a experiência sempre exaltante, de ir a uma pista de competição, o autódromo de Navarra. Pista exigente do ponto de vista técnico, com acentuados desníveis em subida e descida, curvas largas e fechadas, cegas à saída, a requerem boa capacidade de memória do piloto e elevada apetência do carro para tão diversos esforços. Aí, tive oportunidade de apreciar a estabilidade e capacidade de tracção (traseira), a velocidade de ponta na recta grande, a boa travagem e, uma vez mais, ficar inebriado com o som do escape.
Achei o V6S mais homogéneo e mais ágil que o V8S, mas, seja uma ou outra a opção, a compra é vantajosa em relação à concorrência configurada no Aston Martin V8 Vantage ou nos Porsche Boxster e 911 Convertible. Os preços são mesmo acentuadamente inferiores.
Helder de Sousa
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quarta-feira, 15 de maio de 2013
O herdeiro
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