Na SportClass pela SportsCar:
Bem-vindos todos os que gostam de automóveis .... Welcome all car lovers
Na história do automobilismo angolano e das corridas de Luanda, há uma curva muito citada que é a curva do Hotel Continental.
Muitas das fotos das corridas de Luanda são dessa curva, e nesse hotel residiu (não, não me enganei) Nicha Cabral, o que torna ainda mais mítico esse lugar, junto ao então Largo Infante D. Henrique.
Mas esse mesmo local era sobretudo chamado por Baleizão, o que origina alguma confusão, pois nos circuitos pequenos, metade do largo assim popularmente denominado era contornado...
Mas porquê esse nome? A razão era tão simples, como a existência de um ponto de encontro muito apreciado, uma cervejaria e sorveteria, com uma eficaz distribuição de gelados por toda a cidade. Toda a gente sabia que "baleizão" era sinónimo dos gelados daquele sítio e ponto final!
O edifício onde funcionou o "Baleizão" estava até há meses totalmente em ruínas, sem cobertura e em risco de colapso total.
Mas adivinhem: qual é o nome actual daquela praça?
Há notícias da reabilitação daquele antigo edifício e dos adjacentes na imagem abaixo, para a instalação de um museu.
Reparem que na imagem abaixo, recorte dum postal do início da década de 1950, o "Baleizão" está lá, mas o Hotel Continental ainda não...
Segue-se outra imagem tirada do lado oriental do Largo Infante D. Henrique, recortada dum postal de inícios de '6os, já com o Hotel Continental e a respectiva esquina:
Neste zoom duma imagem de inícios de 60's vê-se o Hotel Continental ao fundo da Av dos Restauradores. É o edifício mais alto e notam-se perfeitamente os arruamentos:
Abaixo, o traçado duma versão do pequeno circuito que contornava o "largo do baleizão", versão usada no Palanca Negra de 1968:
No mapa anterior, consta também uma versão longa, mas não tão longa como outra já mostrada em posts anteriores. Esta versão, traçada no mapa a 'traço-ponto' em continuação com o traço 'a cheio' do Pequeno Circuito, não vai para além do Largo Pedro Alexandrino em frente às Portas de Mar:
Abaixo, o vitorioso Carlos Santos desfaz a curva do Hotel Continental, na última corrida que fez com o seu Lotus 47:
Ainda a propósito deste post da História do Circuito da Fortaleza, mostro umas imagens de Luanda em 1955, deste filme que o Hélder me deu a conhecer.
O filme faz parte das Missões Antropológicas de Angola do Instituto de Investigação Científica Tropical e está disponível pela TvCiência.
É visível o intenso desenvolvimento e expansão da cidade, ainda que uma amostra do que seria poucos anos depois. 15 anos mais tarde, à excepção do pequeno centro histórico, Luanda era outra cidade.
início do filme:
a Marginal concluída recentemente com os coqueiros ainda pequenos, os táxis verde-azeitona e as pick-ups americanas
O Largo D. Fernando, o eterno centro da cidade de onde foram tomadas grande parte das imagens, está sinalizado neste extracto do mapa do circuito do Grande Prémio:
Sumbe, já teve corridas empolgantes como em 1973, com estupendas máquinas de competição. Da reportagem da revista Equipa da época, está disponivel um resumo da prova principal neste artigo do SportsCar.
As corridas de Grupo 1 não eram menos interessantes, pois tinham protagonistas talentosos com máquinas de grande qualidade.
-"Aproveitando o feriado Angolano de 17/09, resolvi arrumar o meu “baú das velharias”. Por coincidência também, tinha comprado e lido na noite anterior o ultimo número (3) da nova revista de Auto, Moto e Náutica - “EKUIPA”. Por coincidência descobri no “baú”, três revistas “EQUIPA” do passado, das quais a número 31 de 01 de Outubro de 1973, me chamou a atenção pelo artigo da página 73 (outra coincidência). Por coincidência esse artigo escrito pelo Hélder de Sousa dizia respeito ao Circuito de Novo Redondo (actual Sumbe) de 1973. Por coincidência no próximo fim-de-semana realiza-se uma prova no Sumbe a contar para o Troféu Mundial Seguros (Turismos), TGS, Motorizadas e Motos. Por coincidência o Hélder de Sousa, num ano em que “aumentou a cilindrada do seu motor para 7.0 cc”, regressa ao Sumbe 36 anos depois, para comentar estas corridas a convite da “TV ZIMBO”. Parecendo-me bastante actual o que o nosso amigo Hélder de Sousa escreveu no passado, atrevo-me agora a transcrever (parte) do referido texto para todos vocês:
"AO VOLANTE"
"Novo Redondo ganhou fama de ser um circuito “de muita condução”, onde as “mãos” do piloto prevalecem sobre a potência dos automóveis. Não é mais que meia verdade. E a corroborar esta opiniao recordo o exemplo de “Larama”, reconhecidamente considerado um piloto que tem “boas mãos” e que nada pode fazer para contrariar os “cavalos” do Camaro de “Pequepê”, cujas mãos, também não são para desdenhar.
Donde se poderá concluir, quiçá um tanto ligeiramente, que “contra cavalos, não há mãos que cheguem”.
De facto, todos esperávamos a “montanha russa” de Novo Redondo para ficarmos assentes quanto à superioridade do Camaro. Pessoalmente, ainda me restava a dúvida. O circuito é curto, razoavelmente sinuoso, exigente no que diz respeito a travões e, talvez se desse o “milagre”. Mas, logo que vi “Pequepe” sair da 2ª fila e curvar já a frente, percorridos uns 400 metros, fiquei identificado e esclarecido – o Camaro não tem oposição ao seu nível e “Pequepê”, que não “tira” mais do que precisa do “monstro”, corre com “cabeça” usando uma táctica eficaz. À partida, desembaraça-se dos adversários mais directos, imprime andamento vivo para se colocar fora do seu alcance (a sua volta mais rápida foi a 8ª), e controla os outros a distancia, mantendo-se longe de qualquer ataque directo, ganhando folgado.
Um dos pontos mais interessantes para observar carros e seus pilotos em acção, é o 'S' depois da bomba de gasolina. Aí, além do trabalho das suspensões, é sobretudo o estilo dos pilotos que chama a atenção dos espectadores.
Uns aproximam-se lentamente, reduzem a velocidade, deixam o carro patinar e, à saída, quase estão parados.
Outros pelo contrário, chegam bastante depressa, colocam o carro com energia, aceleram para dar aderência e saem sem perda de tempo. … "
Hélder de Sousa – Revista Equipa n. 31 de 01/10/1973
Seguem-se no texto outros comentários, mas penso que o essencial está transcrito.
Penso por isso, que será com alguma SAUDADE, que passados todos estes anos, o Hélder de Sousa regressará ao Sumbe no próximo dia 26/09 para assistir e comentar o “GP do Kuanza – Sul”.
Aguardemos pelos seus comentários às referidas provas. "
Joao Coimbra
A imagem acima, encontra-se originalmente desde Junho de 2006 em AutoSport-Nostalgia neste post de Graham Gauld e anteriores.
Na foto, vemos Jo Schlesser em Shelby-Cobra, a ser filmado ou fotografado supostamente pela sua mulher.
Mais atrás, vemos com o Nº 16 o carro que Peixinho pilotou até à desistência, uma máquina única de base Porsche. Álvaro Lopes com o Nº1, fará talvez a sua última corrida em Ferrari 250 LM .
Outros nomes sonantes, são Rolf Stommelen, Lucien Bianchi, Denny Hulme, todos eles futuros campeões famosos nas suas carreiras. David Piper que será mais conhecido pelas suas prestações futuras nos Porsche 917, vai ser o vencedor desta corrida.
Esta foto, faz parte da biografia que Gauld ainda não publicou sobre Keith Schellenberg, num AC Cobra mais atrás e à direita na imagem.
Graham Gauld é jornalista, historiador e biógrafo no mundo do automobilismo.
A sua obra em HistoricMotorracing e Amazon.
Formação da grelha de partida .
Note-se o numeroso público na bancada
São Gonçalves, é uma amiga residente em Cela e Luanda, que conheci noutras tertúlias online.
Eis o que me contou sobre este período da "resistência":
"Os karts no Kinaxixi, foi na década de 80. E como nessa altura pouco se podia ir além de Luanda com segurança, fazíamos muitas Gincanas, Karting e Motocross nas Barrocas do Miramar. Fazíamos Rally na Zona de Quenguela Norte, onde havia as Picotas dos Poços de petróleo da FINA, e o Luis Gonçalves, meu xará (muita gente pensa que somos irmãos por causa do nome) que aparece no Megane, andou comigo nessas andanças e é pai da miuda que correu agora (2009) no Huambo. Era giro porque corriamos com os carros do dia-a-dia. Alguns, como eu, tinhamos que os poupar, pois na segunda-feira iamos para o trabalho com o mesmo carro. Estive nessas corridas do Lubango. Luís deu duas voltas de avanço ao Porsche de Maló Almeida (...)
Bons tempos esses, havia camaradagem com fartura. Não havia em Angola, nessa altura, peças para os carros, então quem tinha possibilidade mandava vir. Outras emprestávamos uns aos outros. E ainda outras eram fabricadas por bons torneiros que ainda estavam cá... Enfim... Fiz os Rallys da Fina, Sonangol e o maior nessa altura, o Rally IMAVEST. Corri com 1600SSS, Peugeot 404 com motor 504 e o último que fiz, foi o da Fina com um Fiat RAlly 128, cedido pela Guedal. Tive o 1º Premio Feminino, o da Classe e fiquei classificada na Geral em 5º lugar.
...
O desporto automóvel, sempre moveu multidões e passada a fase do partido único onde o automobilismo era considerado um desporto "capitalista", ou dos capitalistas, viram-se forçados a aceitar a modalidade que também era popular. Íamos para o autódromo de Luanda todos os fins de semana fazer corridas por conta própria, pois nas madrugadas costumávamos ir para a marginal e dar a volta no Hotel Presidente. Mas a polícia começou a andar atrás de nós... Então mudámos para o futungo de Belas, antes da ocupação das casas pela presidência e tivemos a mesma sorte. Foi então que começámos a ir para o autódromo, mas houve um problema, pois o pessoal que se abstinha de andar lá dentro, vinha com a adrelanina à flor da pele e aconteciam sempre acidentes por excessos e morria sempre alguém no regresso. E mesmo lá, havia quedas, espalhanços, e até atropelaram uma vaca, isso mesmo ou melhor ... a vaca atropelou o Alfa Romeo do Brito Rodrigues. Naquela altura havia falta de carne ... e de tudo, em Luanda! Então dividiu-se a vaca pelo pessoal.
Histórias..."
Falta pouco mais de um mês, para a data de 23 Agosto, quando ocorre o GP Festas da Nossa Senhora do Monte, no Lubango, Huíla.
Eu creio que esta imagem de 2005 é de lá:
Acordei há pouco. Quando vi isto, julguei que tinha despertado dum longo processo de hibernação "criogénica"... De para aí 700 anos!!!
Belisquei-me, olhei em redor e fui à janela. Os discos voadores ainda não deviam ter acordado, pois não estava nenhum nos céus já bastante claros e limpos.
Dorminhocos estes extra-terrestres... Ou afinal, sempre é verdade: eles não existem de todo, e a Nª Sra de Fátima afinal não era verdadeira... Não passava de uma senhora que de tão bela, encandeou os inexperientes olhos dos pastorinhos... Para eles, aquela aparição não podia ser deste mundo...
De manhã dá-me para o transcendente...
Tentei perceber o que estava mal: se os meus olhos, se um lapso do cartaz... O cartaz queria dizer 75 e colocaram mais um zero? Afinal os carros só nasceram ontem, há pouco mais de 100 anos... Teria eu nascido já há 800 anos? Estaria eu em 2709 e o cartaz estava mal, com 2009? Não pode ser... O computador ainda funciona e diz-me que não mudei de ano... Terá ele hibernado comigo? Sim porque o computador é uma extensão de mim próprio... No ano 2709, os computadores devem ser placas de gás a orbitar invisíveis à nossa volta, comandados com um simples pensamento e um olhar determinado...
Que trapalhada...
Mas a explicação para esta coisa com um nome no mínimo fantástico é simples e está no fórum do MotorClássico: trata-se de um evento integrado nas comemorações dos 750 anos da Outorga do Foral de D. Afonso III a Viana do Castelo.
Uffffffffffffff, que alívio!