segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A roda perdida

2 comentários:

Pitigrili disse...

EXCERTO DA REVISTA AUTOMUNDO DE 18/03/1981:
"A saída de estrada do futuro vencedor do Rali de Portugal - Vinho do Porto na segunda passagem pela Peninha foi, sem dúvida, um dos factos que mais deu que falar logo no início da prova.
Segundo conseguimos apurar, o Fiat, à saída da curva para a direita que antecedeu à recta do despiste trazia já a direcção um pouco aberta. Depois disso, no início, no início da referida recta, o carro descontrola-se, aponta para a direita, em princípio devido à ruptura de um ponto de apoio da roda ao chassis, e o embate no muro é inevitável.
Ao recuar para a estrada o 131 perde a roda da frente do lado direito e Allen, demonstrando todo seu saber e sangue frio, apresta-se para terminar o troço e fazer mais alguns quilómetros de marcha atrás e em três rodas.
O que cada um, piloto, navegador, director desportivo e mecânico responsável, sentiu e pensou do que iria ou não iria ser a prova do piloto finlandês daí para a frente, é o que vamos passar a transcrever, depois determos apurado as quatro opiniões daqueles quatro elementos da equipa Fiat.
MARKKU ALLEN: Pensei que a prova tivesse acabado para mim. Terminei o troço de marcha atrás e em três rodas, mas como a minha assistência não estava logo à saída, ao longo dos quase 20 quilómetros que tive de percorrer naquela situação, um pensamento dominava - voltar no primeiro avião para a Finlândia.
No entanto, quando cheguei aos meus mecânicos a andar e estes me disseram que era possível a reparação, disse comigo: Markku, és mesmo um homem de sorte...;
ILKA KIVIMAKI: Não pensei que pudessemos vir ainda a ganhar, mas sim que talvez fosse possível continuar.
Depois do acidente e como não tínhamos o nosso serviço logo à saída da Peninha, a primeira reacção do Markku foi a de dizer que tudo tinha acabado e que regressava à Finlândia no próximo avião.
No entanto como o próximo controle nos dava bastante tempo, disse ao Markku que prosseguíssemos pois a última palavraseria sem sombrs de dúvida a dos mecânicos se conseguíssemos chegar até eles;
NINI RUSSO: Até que não falei com os mecânicos para perguntar qual era o problema e se era possível reparar o carro, preferi não pensar em nada.
Depois quando os mecânicos me disseram que era possível fazer-se a reconstrução, fiquei mais tranquilo e como o carro passopu a andar bem, pensei que talvez com um pouco de sorte como o Allen tem, sim que para se ganharem ralis é preciso ter sorte, ele pudesse ainda vencer a prova;
PAOLO DEL SASSO: A primeira coisa que me veio à mente, foi que a prova tinha terminado para o Markku.
De qualquer forma ele acabou por chegar até nós, a tempo, e graças à excelente mecânica de que o 131 Abarth é dotado, foi-nos possível arranjar uma grave avaria que, estou convencido, noutro carro seria difícil quando não impossível".

asperezas disse...

Excelente esse excerto de reportagem!

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