Estava na noite de quarta-feira a rever o vídeo de Mark Knopfler entrevistado por Alain de Cadenet sobre o que o faz correr com o seu Maserati 300S
e lembrei-me dos Maserati do ATCA que alimentaram os sonhos da minha adolescência.
Que seria feito deles?
O primeiro ficou com o motor partido e foi comprado por Manuel Conde, que lhe instalou um Ford V8, sem grande sucesso. Depois disso, nunca mais soube dele.
O segundo, o desta fotografia, tirada em 1960 no IV Grande Prémio de Angola com Álvaro Lopes ao volante e no qual, no ano seguinte, o piloto teve um acidente grave, teve também problemas de motor: uma cambota partida, que foi soldada nas oficinas da DTA, mas que nunca mais lhe permitiu correr.
Encontrei-o abandonado numa oficina de motorizadas, salvo erro no Prenda, em 1974: duas rodas no chão, duas rodas na parede, coberto por uma chusma de restos de motorizadas. O dono da oficina achou estranho que eu e um amigo soubessemos tanto sobre e nos interessassemos por "aquela sucata" - que ainda estava pintado de vermelho, com as bolas brancas para os números, rodas de raios e os pneus ainda com ar.
Para aí um mês mais tarde, o Maserati reapareceu no stand do João Alves na Marginal. Estava pintado de amarelo, com uma risca preta fosca, e os raios das rodas também pintados de preto. O João Alves pedia 120 contos pelo carro...
Dias depois, desapareceu. Disseram-nos que tinha sido "levado por um maluco para a África do Sul."
Onde andariam esses carros hoje?
Procurei nos registos Maserati e... não encontrei. Mas inscrevi-me numa Maserati mailing list, disse o que procurava e, hoje de manhã, tinha os resultados.
Foi esta a resposta de Walter Bäumer: 2 cars were sold to Angola: #3057 is now in the US and #3082 is owned since many years by Burkhard v. Schenk from London/UK. ;y book about the 300S`s is coming out later this year!
Delfaille disse-me para ver os sites de Benoite Musy e Enrico.
No de Benoit (http://www.orbisenterprises.com/Maserati-1/Maserati-2/maserati-2.html) está esta fotografia: E a história: In 1955, Benoît Musy the Swiss race car driver, purchased a new Maserati 300S (chassis No. 3057) from the Maserati factory in Modena. With this car he won several international races in Europe. In 1956, he beat the Oulton Park sports car lap record during the "British Empire Trophy Race." When Musy lost his life at Montlhéry-France, on the 7 of October 1956, he was driving a new Maserati 200S (two liters). Unfortunately the steering mechanism of that car had failed and caused the tragic accident.
On that fateful day Musy's 300S Maserati (No. 3057) was at the factory in Modena. In 1958 his wife, Consuelo Heusch Musy, sold the race car to the Angola Racing team. The car was raced for several seasons with some mechanical modification, and subsequently it was left unattended for almost three decades in a garage in Africa. Fortunately, a car enthusiast, Mr. S. Johnsen, rescued the car and had it shipped to Norway until it was sold in 1991 to an English gentleman. Following its relocation in the UK, the 300S underwent a complete restoration process at the Church Green Engineering works. In 1994 after two years of painstaking craftsmanship the car emerged completely rejuvenated to its former glory status.
Even though Benoît Musy is no longer here to see his former race car, his memory continues to live thanks to the hard work of the restoration team and present owner of the 300S. In 2001 the Maserati 300S competed in the Nürburgring Old-Timer Grand-Prix.
Por esta história, este é o de Manuel Conde: RDH - 55 : Benoit Musy, CH - 56 : Oulton Park, British Empire Trophy, Musy, 1st - 08/56 : Swedish GP Kristianstad, Musy - 10/56 : Musy died at Coupe of Salon Monthlery race, driving a 200 S. Musy's family kept 3057 until 1958 - 58 : Angolan Racing Team, they ran 3057 for several years until the engine was wrecked, they installed a Ford V8 in it, transaxle broke - Johnsen, Norway, discovered it and imported it to Norway - 91 : an English owner - 92/94 : the car is under restoration at Green, Dorset . New engine, body and gearbox, per Eyears . It has a new Embry engine - driven by Stretton at the Nuerburgring - offered by Paradise Garage - engine from this car is in 3069 - 07/98 : driven at Coy's Silverstone Historics - 10/98 : Walduck for $600k - 99 : MM, Walduck/McSwan
Na de Enrico (http://www.maseratighibli.co.uk/)... há tudo quanto seja Maserati.
Era demasiada informação... procurei por #3082, e aqui está ele...
Viva a Internet!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Este é o de Burkhard von Schenk, o que está em Inglaterra. A história: RDH, 2nd to last - 60's : raced by Angola racing team - Viljoen, New Mucklencvk, Pretoria, SA still in 1975 - Back - Harley - 85 : Von Schenk, G for about £200k - 88/91 : MM, Von Schenk. Este era o que estava debaixo das motorizadas...
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
TATA Revolution
Quando dentro de dois dias for apresentado formalmente ao público o Tata 1 Lakh, terá começado uma revolução no mundo automóvel. Por antecipação, os fabricantes americanos e europeus, bem como os ambientalistas, já dizem cobras e lagartos dele.
Percebe-se porquê...
Quem tem mais de 60 anos lembra-se do que era há meio século um relógio de pulso. Era coisa que os pais ofereciam os filhos quando fossem considerados homenzinhos, coisa rara e cara que devia ser tratada com o maior cuidado. Nem toda a gente podia ter relógio de pulso, e em casa funcionava o depertador de lata, necessário para se andar a horas.
De repente, a Texas Instruments põe no mercado relógios de plástico ao preço da chuva, ou ainda mais barato. O relógio de pulso ficou acessível a todos, foi uma revolução. E nem por isso que a Rolex faliu...
O 1 Lakh (que estupor de nome...) pode ser isso mesmo, o carro para todos. Com um preço base de 2500 dólares, está ao nível de uma motorizada, o transporte de referência para tesos a nível mundial.
Não vão acabar os automóveis como os conhecemos. A mesma Tata está compradora da Jaguar e da Land Rover, marcas que jamais poderão ser consideradas para "populares".
É óbvio que os construtores tradicionais têm razões para se preocuparem. Tudo quanto seja segmento abaixo de médio vai-lhes escapar por entre os dedos como água.
Voltando aos relógios, os suiços souberam dar a volta por cima com o Swatch. Há sempre uma solução, basta encontrá-la...
sábado, 5 de janeiro de 2008
Lisboa-Dakar: a melhor solução?
Com um ataque a uma família francesa que estava a fazer um piquenique e meia dúzia de e-mails, a al-Qaeda conseguiu uma poderosa vitória sobre o Ocidente e a sua cultura — o cancelamento do 30º Rali Dakar.
Ontem mesmo, os organizadores de outra prova do género, menos sofisticada e competitiva, mas por certo mais divertida, publicavam este comunicado:
Dear Budapest-Bamako participant,
We were all shocked to read the news about the cancellation of this year’s Dakar amid terror threats. I’d like to assure each and every one of you that the Budapest-Bamako will not be cancelled. This has never even been a consideration. The reasons listed here are not to calm your nerves or to try convince you that everything is fine. They’re simply the arguments against canceling the event.
a. We can not bow down to terror. Terrorism is a nasty byproduct of the world that we live in. We must learn to accept it. If we give in to terrorists, we legitimize their objectives and give carte blanche to the spread of violence. We must not allow to terrorists to kidnap our vacations or dreams.
b. Mauritania is not Kenya. Mauritania is a peaceful and politically stabile country. There’s no civil war, unrest or violence. The local authorities are completely in charge of security. During the past 10 days, we have been repeatedly reassured that increased attention will be paid to participants of the Budapest-Bamako and the authorities will increase their efforts to protect us. This is a very important event for the country, which is trying to kick-start its tourism industry.
c. One of the earliest guiding principles of the Budapest-Bamako is to build bridges between the people of Europe and Africa. How can we say with a clear conscience that we’d like to strengthen ties, if we don’t dare visit our new friends? How can we assure others of our solidarity if we’re afraid to visit them at home? Now is the time to assure the people of Mauritania that they have friends in the world.
d. The organizers of the Dakar made a serious error by canceling the event. We shouldn’t imitate this mistake. I believe that each participant must evaluate the situation carefully. Participation in the event must be a personal decision. This has always been the case. Now it’s just more pressing than before.
I’m the father of three children. If I felt that threat was serious, I would not go myself. However, I’d like to urge you to carefully read the Mauritanian developments and make an educated decision about your participation in the 2008 Budapest-Bamako. The decision is always in yours and yours alone.
Best regards,
Andrew G Szabo
Budapest-Bamako Director
January 4th, 2007.
Dentro de uma semana, 150 concorrentes partem de Budapeste para uma espantosa aventura.
A do ano passado foi assim:
Infelizmente é impossível a participação este ano, para os que estavam prontos para o Lisboa-Dakar e ficaram "em terra".
Qual a decisão mais acertada?
Ontem mesmo, os organizadores de outra prova do género, menos sofisticada e competitiva, mas por certo mais divertida, publicavam este comunicado:
Dear Budapest-Bamako participant,
We were all shocked to read the news about the cancellation of this year’s Dakar amid terror threats. I’d like to assure each and every one of you that the Budapest-Bamako will not be cancelled. This has never even been a consideration. The reasons listed here are not to calm your nerves or to try convince you that everything is fine. They’re simply the arguments against canceling the event.
a. We can not bow down to terror. Terrorism is a nasty byproduct of the world that we live in. We must learn to accept it. If we give in to terrorists, we legitimize their objectives and give carte blanche to the spread of violence. We must not allow to terrorists to kidnap our vacations or dreams.
b. Mauritania is not Kenya. Mauritania is a peaceful and politically stabile country. There’s no civil war, unrest or violence. The local authorities are completely in charge of security. During the past 10 days, we have been repeatedly reassured that increased attention will be paid to participants of the Budapest-Bamako and the authorities will increase their efforts to protect us. This is a very important event for the country, which is trying to kick-start its tourism industry.
c. One of the earliest guiding principles of the Budapest-Bamako is to build bridges between the people of Europe and Africa. How can we say with a clear conscience that we’d like to strengthen ties, if we don’t dare visit our new friends? How can we assure others of our solidarity if we’re afraid to visit them at home? Now is the time to assure the people of Mauritania that they have friends in the world.
d. The organizers of the Dakar made a serious error by canceling the event. We shouldn’t imitate this mistake. I believe that each participant must evaluate the situation carefully. Participation in the event must be a personal decision. This has always been the case. Now it’s just more pressing than before.
I’m the father of three children. If I felt that threat was serious, I would not go myself. However, I’d like to urge you to carefully read the Mauritanian developments and make an educated decision about your participation in the 2008 Budapest-Bamako. The decision is always in yours and yours alone.
Best regards,
Andrew G Szabo
Budapest-Bamako Director
January 4th, 2007.
Dentro de uma semana, 150 concorrentes partem de Budapeste para uma espantosa aventura.
A do ano passado foi assim:
Infelizmente é impossível a participação este ano, para os que estavam prontos para o Lisboa-Dakar e ficaram "em terra".
Qual a decisão mais acertada?
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Os famosos também erram... em público
No melhor pano cai a nódoa.
Uma figura dita pública - qualificação dada às pessoas conhecidas do público por fazerem qualquer coisa na televisão - foi apanhada nas redes de uma operação policial de controlo de alcolemia. Diogo Quintela, um dos elementos do muito popular Gato Fedorento, entrou mal no novo ano. Estava com 1,6 gr/litro de alcool no sangue, depois da gloriosa noite de passagem do ano no pavilhão Atlântico.
Não me importo nada com a teoria de quem pratica "virtudes públicas, vícios privados" , de quem mostra em público a imagem do exemplo a ser seguido ainda que isso não tenha seguimento em privado. Preocupa-me e critico, isso sim, quando os vícios privados são tazidos a público e, num instante, desfazem a imagem tão laboriosamente fabricada. No caso de Diogo, como de qualquer pessoa "famosa", a responsabilidade cívica é enorme tanto mais que o seu trabalho de humorista, junto com os seus companheiros, tem sido o de criticar pessoas e a sociedade em geral. Por coincidência, no show do reveillon, ele e companheiros até dedicaram algum tempo a gozarem com o "soprar no balão". Vai mal o comediante, o humorista, o actor, o jogador de futebol, o político, enfim, a pessoa cuja actividade é por demais conhecida e apreciada pelo grande público quando se deixa apanhar fora da lei. Lá se vai o exemplo. Agravante neste caso é o facto de o humorista ter tentado impedir que os fotógrafos registassem a infracção e a humilhação de ter de soprar no balão e de ser obrigado a ficar impedido de continuar a usar o seu carro e de ter tido que ser presente a um juiz.
À hora a que escrevo não sei ainda qual foi a setença e se houve sentença. Digo sinceramente, por mim, o Diogo devia ser exemplarmente punido com uma pena qualquer de serviço cívico e devia pedir desculpas públicas aos seus admiradores.
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
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