Há um grupo de uns 30 jovens em Angola que se dedica à prática do motociclismo de velocidade. Tiveram o bom senso de aceitar que só correm numa categoria - a de 600 cc . Todos eles ostentam equipamento adequado, fato, botas, luvas, capacetes e, com essa postura, dignificam a modalidade. Mas também pelo comportamento cívico e desportivo nas provas. Os motociclistas desportivos angolanos são os que mais se expõem ao perigo, ao acidente. As pistas, desde o autódromo de Luanda às das cidades, não têm nem 10 por cento da segurança necessária para pilotos ou para público. E, até há casos de cães se atravessarem à frente deles. O simples facto de conduzir uma moto é, por si próprio, um acto arriscado, perigoso. Em competição, o perigo sobe a 200 por cento. Mas eles comparecem, correm, dão o seu espectáculo. Nem sempre são fáceis para as organizações quando estas não lhes proporcionam os mínimos a que se julgam com direito. São muito unidos. Deles, dois nomes sobressairam: Sandro Carvalho, que está a correr numa Suzuki 1.000 cc em Portugal, e Helder Coelho (Vuty), o herói nacional. Merecem respeito.